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Série: Gêneros Literários - O FOLHETIM

  • Alexandre Félix
  • 19 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura


O folhetim é uma narrativa literária, seriada dentro dos gêneros prosa de ficção e romance. Quanto ao formato, é publicada de forma parcial e sequenciada em periódicos como nos jornais e revistas; quanto ao conteúdo: apresenta narrativa ágil, profusão de eventos e ganchos intencionalmente voltados para prender a atenção do leitor.


O folhetim surgiu na França no início do século XIX. Foi importado para o Brasil logo depois, fazendo enorme sucesso na segunda metade do século XIX. Eram publicados diariamente em jornais da capital do Império (Rio de Janeiro) e jornais do interior, em espaços destinados a entretenimento.


As possibilidades eram infinitas ele buscava ilustrar com realismo e emoção a miséria da condição humana. Apresentavam múltiplas opções de enredo: de assuntos frívolos a sérios, de conversas particulares a acontecimentos políticos. Ao tratar de amenidades e da vida da classe média, o folhetim se aproximava do realismo literário. Também realizava um registro da vida cotidiana típico do jornalismo, mas não com a pretensão de registrar a Verdade, mas apenas de ser verossímil. Assim, despertou o interesse das camadas mais pobres pela leitura e colaborou com a construção de uma nova identidade nacional urbana. Acelerou, ainda, a assimilação de modelos de comportamento europeus, tais como o uso do veludo no vestuário, a disseminação do piano como instrumento doméstico e o surgimento de saraus familiares.


No folhetim era descrito uma trama conhecida como clichê hoje em dia ,tinha a mocinha idealizada , o seu par perfeito que constituía de um homem que a amava muito porem era interrompido por causa dos vilões e em base disso decorria a trama.


Herdeiros do Folhetim


O Rádio, por sua vez, também aproveitou-se da linguagem folhetinesca para auto-afirmar-se como veículo de comunicação. Dramatizações de folhetins deram origem às radionovelas, e o sucesso gerou a demanda por autores do gênero. Surgiram os primeiros grandes autores de radionovela, que anos depois migrariam para a produção televisiva.


A Televisão também deve sua afirmação como veículo de comunicação ao formato folhetinesco, na medida em que usou da mesma estratégia que os jornais e o rádio para conquistar seu espaço. As telenovelas utilizam a linguagem narrativa dos folhetins: técnica de utilização de ganchos ao final dos capítulos, abordagem de temas populares e polêmicos. Esses acabaram se tornando pontos pacíficos de qualquer narrativa que se proponha popular e destinada às grandes massas.


O Romance policial era publicado em periódicos jornalísticos no século XVIII e XIX, no século XX, passou a ser publicado em revistas pulp e livros de bolso,[1] que herdaram características folhetinescas como o texto envolvente, o papel de herói do detetive, a luta do bem contra o mal, a verossimilhança e atualidade informativo-jornalística. Além disso, possui uma temática semelhante aos Faits divers e à cobertura policial.



REFERÊNCIAS:


MEYER, Marlyse. Folhetim: uma história. [S.l.]: Companhia das Letras, 1996.


SODRÉ, Muniz. A Narração do Fato: notas para uma teoria do acontecimento. Editora Vozes, 2009.


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© 2023 por Alexandre Félix

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