Enquanto o devorador de sonhos presidir o poder da palavra, minhas hipérboles não alcançarão a quem possa me socorrer; as sílabas que pronunciam o meu desejo ficarão circunscritas aos devaneios inaudíveis e o meu discurso livre e libertador forjado nas avenidas da solidão não será escrito, nem dito, nem gritado.
A palavra foi-me confiscada.
O usurpador, por ora vence. Por ora, pois!
Mas um dia a ousadia que está sendo aprendida vai reverberar a necessária libertação e eu serei o primeiro liberto dos grilhões da aquiescência forjada na humilhação acendida no fogo dos tempos tirânicos.
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