Eu, Escritor
A Minha Literatura é um sussurro de medo querendo ser um grito de coragem.
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Foi na infância que a vocação para a imaginação de mundos e realidades começou a me perseguir como uma necessidade. Tal qual a necessidade de pão e água para alimentar meu corpo. Como criança, ainda não dominava de fato os atos de ler e escrever, então, a vocação do escritor apareceu em mim por outros caminhos. Era uma arte híbrida. Lembro-me que a solidão - aquela que se busca sentir para acomodar em mim vozes, atos e muita imaginação - era como um instrumento usado para trazer à minha realidade o que dentro de mim mesmo se formava.
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As primeiras histórias que escrevi, as "escrevi" sem registro em papel. É que de forma fantástica eu imaginava as histórias e eu mesmo interpretava as minhas próprias personagens, dando-lhes vozes e feições. Lembro-me de procurar lugares afastados de movimentação de pessoas para ali poder encenar minhas histórias. Parecia teatro: vivo. ao ar livre, tendo o Mundo ao meu redor como cenário.
Desde muito cedo também as telenovelas passaram a me fascinar. E foram muitas "novelas" que imaginei, "escrevi", interpretei. Me reporto àquela realidade criativa e criadora e sinto uma saudade mas não me causa um sentimento que me apeteça uma volta ao passado mas me atravessa como uma certificação de que naquilo que me propus eu fui competente.
Se alguém alguma vez nessa época me viu falando sozinho com certeza imaginou que aquele menino estava louco: não era loucura! Era minha vontade de inventar que me fazia dar voz às personagens que eu com tanto carinho criava. Foi dessa forma que se formou em mim uma herança vocacional da missão do escritor. Eu seria isso. Estava convicto. E tal vislumbre encheu-me de esperança a vida toda!
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